Mãe e filha chegam da feira e conversam amenidades enquanto descarregam as compras. Uma diz preferir guardar as frutas na geladeira e a outra, na fruteira sobre a mesa.
Uma cena banal como essa, extraída de uma novela ambientada no Leblon, mostra que, mesmo latente, sempre existe uma tensão entre uma mulher e sua mãe. E, por algum tempo, é saudável que seja assim.
Segundo a Psicologia, questionar e rejeitar o progenitor (ou o substituto) do mesmo sexo, faz parte do processo de individuação.
A lógica interna é: para me tornar o que sou, primeiro preciso definir o que não sou. E para ser o que só eu posso ser, tenho que ser diferente da minha mãe.
Os conflitos costumam durar até a entrada na vida adulta. Ao sair de casa ou ter um filho, uma mulher tende a ver a mãe com um olhar menos crítico.
Não importa em que ponto da linha do tempo você e sua mãe estejam, a ideia desse post é identificar os comportamentos maternos que odiamos, mas que nos ajudaram a assumir o protagonismo das nossas vidas.
1. Quando ela mandou você lavar suas próprias calcinhas
“Foi sempre assim, por que isso agora?”, você resmungou recolhendo as peças jogadas pelo quarto. A resposta é simples. Você não era mais criança e começou a reivindicar direitos de mulher. Ao fazer você encarar os próprios fundilhos, sua mãe ensinou que crescer tem um preço.
Hoje, você tem resiliência de sobra para encarar o trabalho que ninguém quer fazer. E, por isso, você vai mais longe.
2. Quando ela deu razão à professora
“Mas, mãnhiii, ela é uma bruxa!”, você alegou diante da nota vermelha. Talvez a professora fosse incompetente, mas se a sua mãe tivesse ido à escola pedir um arredondamento pra mais, ela estaria dizendo, nas entrelinhas: “Eu nivelo a minha filha por baixo e duvido que ela possa se superar.”
Ao fazer você se apropriar do resultado ruim, a sua mãe ensinou uma competência fundamental para quem não quer uma vida mais ou menos: assumir a responsabilidade exclusiva pelo seu sucesso e pelo seu fracasso.
3. Quando ela proibiu aquela amizade
“Você nem conhece ela!”, você acusou a sua mãe quando ela não deixou você viajar com a garota mais popular da turma. Provavelmente, ela captou sinais que indicaram: “essa não é a minha filha”. Alterações no jeito de você se vestir, no vocabulário, nas preferências musicais e, principalmente, no humor dispararam o alarme de gente tóxica na área.
Aquela menina que emprestava roupas e aceitava calada quando elas voltavam estragadas não era mesmo você.
Naquele dia, sua mãe mostrou a importância de ser fiel à sua essência. Entende porque você não deve abrir mão dos seus princípios para agradar quem quer que seja?
Sucesso sem verdade é o fracasso usando maquiagem, e isso não faz parte do seu Plano.
4. Quando ela não desgrudou de você
“Mãe, pra que comida? A minha vida acabou!”, você decretou após o fim de um namoro. Cada vez que a sua mãe tentou te reanimar com um copo de vitamina ou uma fatia de bolo, ela fez o melhor que pode fazer por uma líder: autorizou você a ser humana! Pensar que o sucesso é para as heroínas de ombreiras indestrutíveis já fez muitas mulheres perderem o melhor da vida.
É libertador saber que você não tem de ser forte o tempo todo, não vai acertar sempre e pode receber ajuda para realizar o seu Plano. Principalmente, de outra mulher.
foto destaque: The Reading Corner.