Dias atrás assisti, pela quarta vez, a um filme chamado “Lars and the real girl” (no Brasil, A garota ideal) e tive, novamente, a certeza de que quero ser uma Bianca na vida de alguém. Para quem ainda não assistiu à película, explico melhor: no longa de Craig Gillespie, Bianca é uma boneca inflável que transforma a vida dos moradores de uma cidadezinha ao ser apresentada por Lars – um rapaz com aversão a contatos pessoais – como sua namorada. Sem falar ou se mexer, Bianca passa a fazer parte de uma relação doce e pueril, na qual toques e pensamentos sexuais simplesmente não existem.
Apesar do estranhamento inicial, familiares, amigos e até os conhecidos de Lars, vivido pelo ator Ryan Gosling (imagine um suspiro aqui!), optam por se despir de seus preconceitos e se envolvem com a história do rapaz, fingindo que também acreditam na autenticidade de Bianca. Lars não tem nenhuma doença grave, apenas não consegue lidar com os sentimentos e reações das pessoas que o cercam. Mas a “convivência” com Bianca o faz se aproximar dessas pessoas e a aversão sentida pelo rapaz vai, aos poucos, se transformando em risadas, descobertas e na conscientização de que ele, que se via como um garoto, havia se transformado em um adulto.
Para falar a verdade, não gosto de assistir ao mesmo filme duas ou três vezes, mas este me acalma. E me faz acreditar que ainda existem pessoas bacanas por aí, principalmente porque ressalta que o mais importante é olhar o que temos internamente e perceber justamente aquilo que não se pode enxergar. Lars, obviamente, não tem esse entendimento, nem mesmo imagina que, no fundo, é ele quem estimula tantas mudanças a sua volta. Mas é a possibilidade de se abrir, de expor o que sente por meio de Bianca que faz com que ele entenda que também é capaz de se apaixonar. E, mais do que isso: de aceitar que as pessoas também se apaixonem por ele.
É com Bianca que Lars reaprende a viver e é por meio dela que ensina como é delicioso ajudar o próximo sem precisar pedir algo em troca, como é bacana fazer alguém feliz e, principalmente, chama a atenção para o fato de que não se deve julgar as pessoas, pois ninguém – nem mesmo eu e você – está livre de limitações.
Tá, eu sei que Bianca não passa de uma muleta para que Lars externe seus sentimentos mais profundos, mas conseguir estimular uma mudança boa e inesquecível na vida de alguém deve ser maravilhoso, não? E isso, certamente, não é pra qualquer garota…
Lars and the real girl – em uma locadora perto de você!
Como o filme é de 2007, não pode mais ser visto nas telonas (aliás, vale lembrar que, apesar de ser considerado um ‘drama’, a película tem cenas bem engraçadas e é uma verdadeira lição de amizade e de carinho). Mas procurei em algumas locadoras aqui de São Paulo e todas elas tinham ‘Lars’ em seu catálogo. Pra quem curte um download, o longa também pode ser encontrado em sites de troca de arquivos.
Além de Ryan Gosling, estão no