Rachel Maia é uma mulher cheia de inspiração, com uma história profissional incrível. Por muitos anos ela esteve à frente de 2 marcas de joias que estão entre as mais desejadas do mundo: Tiffany, onde atuou como CFO por 7 anos e Pandora, onde ficou no cargo de CEO por 9 anos, até o início de 2018.

Falando da sua última posição, como CEO da Pandora, Rachel começou em 2009, quando a rede ainda era uma startup no Brasil com apenas duas lojas. Com a ideia de abrir uma terceira unidade em São Paulo, no Shopping Ibirapuera, ela pediu suporte ao presidente global da época, que deu uma resposta simples: “Ele me disse: não vou te dar dinheiro enquanto você não me der dinheiro.”

 

 

Rachel fez o quê? Se virou com o que tinha, pechinchou muito e inaugurou a loja que queria. Uma loja com 35 metros, mas que está até hoje no top 5 de vendas da rede, no meio de mais de 100 lojas em todo o país hoje e a Rachel diz o quanto arriscar nessa ideia foi importante pra ela e também um fator que decidiria os rumos da sua carreira na empresa: “Se a loja do Ibirapuera não desse resultado, eu perderia meu emprego, mas resolvi fazer mesmo assim. Temos de ser os donos das nossas escolhas.”

Essa força e vontade de fazer acontecer vem de família. Rachel é a caçula de sete irmãos e foi criada na região de Cidade Dutra, zona sul de São Paulo. “Um frango tinha de ser suficiente para todo o almoço de domingo, para 11 pessoas, pois dois primos também viviam conosco. Então, minha mãe decidiu assim: em um mês, uma pessoa comia o peito, no outro, a coxa. Tinha de passar pela parte mais dura para ter direito à coxa deliciosa. Mas se tinha sempre algo bom para esperar.”

No começo da carreira, em meados dos anos 90, Rachel decidiu tirar seu primeiro plano do papel. Usou o dinheiro da rescisão do emprego como contadora na rede de conveniências Seven Eleven no país para fazer um curso de inglês no Canadá. “Eu estudei em escolas públicas, então aprendi o que estava na grade, o que era basicamente o verbo ‘to be'”, lembra Rachel. Ela diz ainda que um dos desfios foi contar seu plano ao pai, porque parte do dinheiro não poderia ser usado pra ajudar a família no pagamento das contas: “Meu pai sempre nos ensinou o que era a vida adulta, por isso sempre tive de pagar a conta de luz ou de água de casa.”

Bem, deu tudo certo, e depois do tempo em que ficou no Canadá, Rachel voltou e conseguiu um emprego na farmacêutica Novartis. Ela queria continuar no setor indústria, mas o destino fez com que ela chegasse na Tiffany’s. A empresa buscava um diretor financeiro e o RH global exigiu que pelo menos uma mulher estivesse na disputa. Foi aí que entrou Rachel e seus planos de ser uma mulher bem-sucedida começou a se tornar realidade. Ela decidiu participar a pedido de um headhunter. Ficou naTiffany’s por sete anos, até sair para desenvolver o negócio da Pandora, que foi fundada em 1982, e faturou US$ 800 milhões em todo o mundo em 2016. “Acho que a questão do currículo ajudou muito, mas eu também tive a sorte de estar no lugar certo, na hora certa.”

Hoje, Rachel participa de um grupo de WhatsApp de altas executivas e diz que “está abrindo uma picada” para a liderança feminina virar realidade no país, já que hoje, elas são apenas 4% do total de CEOs brasileiros. Além da questão de gênero, a executiva também quebrou a barreira racial.

“Faltam mulheres nas mesas de decisão, falta diversidade. É uma mudança de cultura, mas alguém tem de começar a fazê-la.”

Planos é o que não faltam pra Rachel e não há dúvidas de que ela conquistará cada um deles. Mas tem aqueles especiais, que ela faz questão de compartilhar. Na vida pessoal, Rachel é mãe de Sarah Maria, de 8 anos, e está na fila para adotar um menino. “Já estava na fila para adoção quando engravidei por acaso, quando tinha 40 anos. Pedi para adiar na época, mas agora estou perturbando o juiz para que o processo ande mais rápido.”

 

 

Em abril, Rachel saiu da Pandora e segue com seus novos planos na Câmara Americana de Comércio (Amcham). “A minha próxima ambição é o topo. Liderar para gerar mais inclusão e transformação.”

Tem como não se inspirar com a Rachel? Impossível, né? Mulher, negra, de periferia, ela é uma das executivas brasileiras mais bem-sucedidas. E tudo começou com um plano que se transformou em uma grande realidade e hoje ela é agente de mudanças e mostra que juntas, nós, mulheres, somos mais fortes e podemos muito mais que imaginamos. Basta acreditar e trabalhar muito para que seus planos aconteçam, porque é possível, sim!

Como Rachel, sabemos que há muitas mulheres incríveis que estão fazendo seus planos acontecerem por aí. E a gente quer compartilhar aqui essas histórias. Vem contar pra gente! Queremos mostrar sua história aqui também. Mande e-mail pro elatemumplano@planofeminino.com.br

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