Que são tempos nebulosos para a política brasileira nem preciso contar para você, mas hoje trago uma notícia ainda mais desesperadora: simplesmente não há mulheres no comando dos ministérios mais!

Um completo retrocesso para nós que enfrentamos desigualdades absurdas em quase todas as áreas, incluindo a política. E com isso são incontáveis passos para trás :/

Se de fato os nomes anunciados por Michel Temer (PMDB) forem confirmados, será o primeiro presidente desde Ernesto Geisel (1974-1979) a não colocar mulheres na Esplanada.

“Sempre imaginei que, em um governo federal, ele iria avançar nessa questão”, disse a socióloga feminista Eva Blay, professora aposentada da USP, em entrevista à Folha de S. Paulo.

Dorothea Werneck, segunda mulher nomeada ministra no Brasil, disse que ainda espera o dia em que o gênero não faça diferença nas indicações.

A única mulher convidada por Temer foi a a ex-ministra do STF Ellen Gracie para assumir a CGU (Controladoria-Geral da União), porém ela recusou.

Desde o governo João Figueiredo (1979-85), o Brasil contava com mulheres ministras, sendo a primeira delas Esther de Figueiredo, que comandou a pasta de Educação.

UPDATE

Foi assutador a quantidade de ofensas, machismo escancarado e argumentos birrentos de quem acha que ministério não é Power Ranger, com certeza algo que traz muita credibilidade ao debate. #sqn

Existem mulheres e negros competentes e se você acha que não, isso é ainda mais assutador! Pior se também defender os indicados corruptos atuais. Aí é o fim, definitivamente!

“Excluídas do universo das coisas sérias, dos assuntos públicos, e mais especialmente dos econômicos, as mulheres ficaram durante muito tempo confinadas ao universo doméstico e às atividades associadas à reprodução biológica e social da descendência; atividades (principalmente maternas) que, mesmo quando aparentemente reconhecidas e por vezes ritualmente celebradas, só o são realmente enquanto permanecem subordinadas às atividades de produção, as únicas que recebem uma verdadeira sanção econômica e social, e organizadas em relação aos interesses materiais e simbólicos da descendência, isto é, dos homens.” (“A Dominação Masculina”, Pierre Bourdieu, Bertrand Brasil, pág. 116)

Em entrevista ao Jornal O Globo, Nadine Gasman, representante da ONU Mulheres no Brasil,  afirmou que democracia só se realiza com a participação feminina. “O Brasil deixa de estar alinhado aos 12 países com mecanismos com mais alto nível hierárquico (ministérios ou com status de ministérios), para alinhar-se aos cinco países onde o mecanismo de políticas para as mulheres depende hierarquicamente de outro ministério. A diversidade nos ministérios não se trata somente de simbolismo, mas de justiça, inclusão, equidade e mudança na forma de fazer política.”

E não são só sobre mulheres! “Mecanismos específicos para os direitos de mulheres, população negra, juventude e direitos humanos são decisivos para enfrentar desigualdades estruturais que excluem ou inviabilizaram os direitos da população”, explica.

Manda mais argumento que está pouco?

Um outro ponto apresentado pelo chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha (PMDB), é que não houve tempo para encontrar representantes do sexo feminino. Mas, segundo o levantamento do Metrópoles, nas bancadas dos 12 partidos da base aliada, há 44 mulheres.

7 thoughts on “RETROCESSO: Ministério de Temer deve ser o primeiro sem mulheres desde a ditadura

  1. Carlos Rocha says:

    Retrocesso é uma dívida pública de 2 trilhões. Retrocesso é um prejuízo de 42 bilhões na Petrobrás. Retrocesso é 11 milhões de desempregados, mesma cifra de 2002. Retrocesso é o Brasil de hoje exportar menos indústria que 1964. É sério que existem pessoas que infantilizam a política ao ponto de importar somente o que agrada a ideologia? tTem que ter mulher, negro, trans, gordinhos, etc e etc. Dane-se a competência ou a urgência dos tempos. Triste ver que pessoas que deveria ser maduras e preparadas, neste caso a autora do artigo, não passam de adolescentes políticos.

    • Anônimo says:

      Se para valer seu ponto é preciso ofender outra pessoa só posso ter ainda mais certeza do que escrevi. E se preciso explicar a importância da representatividade, acredito que você não seja um especialista sobre política e humanidade. Fica dica para estudo e quem sabe na próxima possa usar argumentos em vez de ofensas.

      • Carlos Rocha says:

        Não ofendi ninguém. Chamar uma pessoa de “adolescente político” não é ofensa. E esta afirmação está no final do comentário, ela não serve de gancho para nada, portanto seu “Se para valer seu ponto” é sem sentido.
        Humanidade e política não tem nada a ver com teorias criadas por ideólogos marxistas, como representatividade, feminismo, etc. Não tente me desumanizar para sustentar sua teses, isso é desonesto demais.
        Vou simplificar a crítica, para não deixar dúvidas: Em tempos de crise aguda e quase falência de estatais antes sólidas, essa preocupação com “representatividade” é secundária. O setor elétrico acumulou prejuízos, a Petrobrás está com uma dívida de 522 bilhões! ISSO É IMPORTANTE MOÇINHA. No mundo de fantasia em que vocês esquerdistas vivem, gestão governamental é um tipo de mágica, basta boa vontade que funciona. No mundo real, no mundo dos trabalhadores, isto é, no meu mundo, gestão não é mágica. Precisamos de gente que saiba o que está fazendo. Se o Temer e a equipe dele vão saber, não aposto minhas fichas, mas qualquer coisa que melhore pelo menos uns 2% já está bom.
        Portanto, quando o Brasil não estiver com 11 milhões de desempregados e 70 mil assassinatos por ano, a gente pode transformar esse debate de representatividade na coisa mais importante da humanidade. Mas hoje, não. Peço que fique restrito ao seu mundinho de conforto, nos seus bairros de luxo, no seu apartamento de 1 milhão, com sua turma de gente intelectual, sem preocupações em fechar as contas no final do mês.

        Abraços.

  2. Maria Clara says:

    Que retrocesso né?!?!Nossa!!! Que egoísmo!! O Brasil foi saqueado por uma ‘mulher’ no comando. Milhares de desempregados por dia. Uma incompetência sem precedentes. Um ser uma deplorável, sem um minimo de coerência, humildade ou compaixão pelo Brasil ou pelo seu povo.
    O que importa neste momento é, se é possível ainda, salva algo. E essas feministas, mais preocupadas com sua ideologia, que mais faz mal as mulheres de verdade, do que colabora para com o que nós realmente precisamos. Caráter e dignidade, não tem sexo.
    Sou mulher e acho o feminismo uma piada. Pior que o machismo, só o feminismo. Pois, as ´mulheres´que dizem defender as mulheres, mais parecem odiar ser mulher. E desprezam sua essência feminina. Triste e lamentável!!
    É um mimimi sem fim que não leva a nada, só cria polêmica.
    O que importa é ser competente, independente de ser mulher ou homem.

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