É incrível como nós mulheres conseguimos ser competitivas entre nós mesmas. A gente mede nosso sucesso com o fracasso ou vitória da outra. Se veste para as amigas e inimigas, e vamos admitir, adoramos estar uns quilinhos a menos que as outras, para  garantir.  Pode parecer idiota, mas é assim desde que nos entendemos por gente.  Na infância, competíamos para ver quem tinha a casa da Barbie mais equipada, na adolescência, quem tinha as melhores roupas e atraia mais a atenção dos garotos, na vida adulta, quem se destaca mais em todas as áreas – dá trabalho esta competição e preguiça também, eu assumo.

No trabalho, a rivalidade feminina é intensa. Por mais que algumas pesquisas mostrem que existe uma certa cumplicidade entre as mulheres e que sim, elas jogam no mesmo time, ainda existem mulheres dispostas a não admitir o sucesso da outra, sendo capazes de atrocidades para derrubar a arqui-inimiga e liderar soberana em seu espaço de trabalho. Reunimos algumas leitoras para falar sobre esta rivalidade e nos deparamos com histórias surreais, casos que interferiram na saúde mental de mulheres que não admitiam ver o crescimento de outras colegas de trabalho e queriam reinar soberanas em seus cargos.

Uma vítima deste tipo de rivalidade feminina no trabalho foi a V. Pizzato, 35 anos, publicitária e Brand Manager de uma multinacional. Ela diz que sua diretora nunca admitiu suas ideias em reuniões e sempre a boicotava: “Ela repudiava tudo o que vinha de mim e eu me sentia muito mal com aquilo. Em uma de suas viagens para o exterior, pude apresentar minhas ideias em uma reunião extraordinária para uma ação de trade marketing e fui extremamente elogiada pela equipe e superintendência. A partir dali passei a ter uma inimiga declarada ao lado e acabei não aguentando a pressão de suas perseguições. Estou em busca de um novo emprego, porque conviver com isso é terrível”. Segundo a psicóloga Luciane Oliveira, as mulheres são mais competitivas e menos transparentes que os homens. Eles declaram concorrência e não vêm problemas com isso. Ao passo que as mulheres, escondem o jogo e puxam literalmente o tapete da outra, sorrindo.

“A dificuldade de aceitar o sucesso de outra mulher no mesmo metro quadrado é algo extremamente narcisista e muitas vezes doentio. Demonstra falta de maturidade e sociabilidade, o que muitas vezes desencadeia situações extremamente desagradáveis junto à equipe e sufoca a pessoa ameaçada. Para lidar com este tipo de pessoa é preciso muita racionalidade e jogo de cintura”, diz a psicóloga que nos deixou três dicas importantes para reconhecer e se prevenir de sóciopatas corporativos. Fique atenta e leia com atenção:

1 –  Sociopátas querem os cargos mais altos da empresa a todo custo e fazem o que for  preciso para chegar lá. Mentem, difamam, denigrem a imagem da outra pessoa, tudo para se beneficiar e autopromover.  Por isso, use sua intuição e observe as pessoas à sua volta. Evite dividir seus planos enquanto não estiverem em andamento.

2 –  Não bata de frente com este tipo de pessoa, não irá adiantar. Foque em seu trabalho e mostre resultados. Os números falarão por si.  Crie uma forte rede de relacionamento com outros profissionais da empresa e demonstre sua capacidade de resiliência, respeito aos colegas e dedicação ao seu trabalho. Sobretudo, acredite em você e nunca subestime sua rival. Fique sempre atenta.

3 – Se a sociopáta for sua chefe direta, você precisará avaliar o quanto vale a pena insistir no emprego ou partir para um novo desafio profissional. Muitas vezes vale recuar, especialmente se isto estiver comprometendo sua performance e saúde emocional.

No mais, não dê relevância a quem não merece e aprenda a superar as investidas maléficas destas pessoas com o bem, afinal, até 3,9% dos executivos de empresas podem ser psicopatas – segundo uma pesquisa feita em companhias americanas – e um dia teremos de encarar e aprender a lidar com estas criaturas. Se for hoje o dia, encare e vença. Boa sorte!


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