Estes dias circulou pela internet imagens da modelo Peaches Geldof, de 23 anos, que define apenas por seus gestos, suas prioridades entre maternidade e um bate papo ao celular. Não quero crucificá-la, nem tão pouco atirar pedras na coitada, mas trazer esta pauta para discutirmos sobre o que temos feito de nossas prioridades. O que é ser mãe em dias de Facebook, aplicativos e planos ilimitados de telefonia móvel? Eu ouso responder que é DESAFIO. Somos mães numa época em que as relações estão tumultuadas, em um período em que a população tem resolvido seus problemas com tarjas pretas. Tempos em que as mulheres se desdobram em jornadas triplas – divas em seus saltos – e se destacam cada vez mais no mercado de trabalho. Somos mães insanas, em busca de acertar, mas nem sempre prontas a enxergar nossas limitações. A gente acredita que está dando conta da casa, dos filhos, do trabalho, do parceiro, mas nem sempre isto está acontecendo. E muitas vezes, quando percebemos, é tarde demais – deixamos a peteca e o bebê cairem.
Há alguns meses entrevistamos algumas mulheres e falávamos sobre os desafios de se desconectar um pouco para viver uma vida mais “real” com as pessoas à nossa volta. Algumas eram mães. Fiquei pasma com algumas histórias que ouvi, uma delas – a que mais me impressionou – foi o relato de uma mãe que percebeu seu descompromisso com seus filhos, depois de ficar mais 12 horas em frente ao computador – trabalhando e trocando mensagens com seus amigos – e encontrar seus bebês embaixo da cama – dormindo. Descaso? Loucura? Falta de amor? Não, eu podia ver lágrimas nos olhos daquela mãe ao contar esta história, e o amor que ela sentia por seus pimpolhos. Aquela mulher estava totalmente cega diante de tanto trabalho e a distração proporcionada pelas redes sociais, a fez esquecer de Ser Mãe para aquelas crianças. Ter visto seus filhos, indefesos, dormindo sem uma refeição e se cafuné, debaixo da cama, a fez enxergar que precisava mudar drasticamente suas prioridades, que precisava ser mãe para aquelas crianças e fazer a diferença na vida delas. Ela acordou.
Muitas vezes, na ânsia de oferecer o melhor aos nossos filhos, negligenciamos o cuidado, o carinho e o amor. Por pura intenção de fazer o melhor a eles, oferecemos menos do que eles esperam de nós. O resultado é um quarto cheio de brinquedos e um coração de uma criança vazio. Ser mãe em tempos que exigem tanto de nós é não abandonarmos nossa essência , é atender às necessidades de afeto e atenção que nossos pequenos esperam de nós e sobretudo é colocá-los em primeiro lugar em nossa agenda insana. E você, o que acha? Divida com a gente suas experiências como mãe. 🙂