Ser mulher nos dias atuais é complicado, complicado mesmo. Na verdade, ser mulher é complicado e ponto. Mas em outras épocas, nosso lugar no mundo era devidamente demarcado pelos homens que definiam onde, quando e como ser mulher.
Mas o espírito livre e insatisfeito que vive dentro de todas nós, não nos permitiu ficar acomodadas. Titio Freud deixou a pergunta que toda mulher tenta se responder todos os dias: o que querem as mulheres? E a gente lá sabe?
Sabemos sim que queremos ser livres, mas só na medida, para não nos perdermos nem no mundo, nem no outro. Conquistamos poder e lugar “igual” na sociedade, e coloco igual entre aspas porque uma mulher NUNCA será igual a um homem, pois homem tem muito mais medo de arriscar, homem não muda os planos por amor, nem por família e talvez nem por ele mesmo. A mulher não, a mulher só fica tranquila com sua inquietude se ela estiver diferente todo dia. Afinal, esse negócio de mesmice entedia não é mesmo?
Isso porque os meninos têm o tal falo, real e simbólico, e morrem de medo de perdê-lo. Funciona assim: os meninos passam a vida com medo de serem castrados e as meninas a vida tentando encontrar o tal falo que nunca tiveram. Daí as tomadas de poder pelas mulheres, os cargos de autoridade, tudo falo simbólico.
A dificuldade esta em calcular a distância entre essa busca e o que queremos de verdade sem ser só disputa histérica, aquilo que nos completaria sem tampar o buraco. O caminho pode ser mais longo ou curto de acordo com as decisões tomadas.
É, mas sabe-se lá qual é nosso sonho? Faz parte de ser mulher não saber o que se quer, querer tudo e nada ao mesmo tempo. E, verdade seja dita, esses homens já não ajudam mais, pois passaram de detentores de todas as decisões para um “pode ser” eterno que faz com que nos tenhamos que decidir tudo.
Boas ou ruins em matemática, é nossa a conta dos passos dados e curvas não programadas, com acento ou não. Dentro dessa divisão é que nós nos constituímos, quer dizer, nós somos a divisão e, por isso mesmo, queremos ser felizes no meio, onde o tudo e o nada se encontram, onde o poder e a submissão se equilibram.
Adorei! Parabéns pelo texto!
Massa!!!