Afinal, o que está acontecendo, minha gente? Em tempos de “conteúdo é o rei” , “interatividade da marca” e redes sociais hiperativas, o que vemos é um desastre criativo no ar, um vírus, que mesmo criado para fortalecer algumas marcas, as destroem em milésimos de segundos, quando injetados na rede. Um mutante sem controle invadiu o mercado e instalou o caos. Todo mundo quer viralizar. Até minha tia se bobear, quer um viralzinho pra sua quitanda. No briefing, a descrição do “objetivo” é clara: “CRIAR UM VIRAL” e logo, todos os especialistas da agência concentram seus esforços para criar o bendito vírus, capaz de contagiar as pessoas e fazê-las amar um produto/marca/serviço. E mesmo sabendo que ele pode ser perigoso e autodestrutivo, seguem o comando na busca ensandecida por curtições, compartilhamentos, retuítes e afins.
O resultado disso? Estamos deixando as marcas doentes e as pessoas desacreditadas. Estamos fazendo papel de “publidiotas” na rede e criando cases de insucesso, terminando uma campanha com uma carta aberta de desculpas e o coração na mão.
Eu pergunto: até quando? Estes dias perderam o amor, a autoestima e talvez alguns milhões na balada, agora me deparo com este tiro no pé de uma marca de camisinha que acabou perdendo o respeito, com uma ação “viral” – que incentiva a violência sexual feminina – e claro, tirada do ar, às pressas, com um pedido de desculpas e mais um coração na mão, afinal, quem curti este tipo de case em seu portifólio? E eu continuo me perguntando: até quando vamos fazer de conta que este vírus não é perigoso? Até quando iremos  continuar em busca do orgasmo criativo, sem nos previnir? É hora de pararmos para refletir ou esta epidemia não terá mais cura.

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