Mulher, negra, pobre, moradora de periferia, empregada doméstica. Quantas pessoas vemos nesta situação e muitas vezes sem perspectiva de vida, de futuro. Sem conseguir enxergar a possibilidade de ter uma vida melhor lá na frente. Também foi assim com a Maria Aloísia Jesus dos Santos, de 30 anos.

Maria nasceu na zona rural de Valença, no Baixo Sul da Bahia, e nunca teve incentivo para estudar. Cresceu sem ir à escola e desde cedo começou a trabalhar como empregada doméstica para se sustentar. Mas, não contente com sua realidade, quando adolescente decidiu ir morar na capital do estado, em Salvador, em busca de um futuro melhor.

Aos 17 anos, ela ainda não tinha terminado nem o ensino fundamental. Entrou no supletivo e terminou o ensino médio sabendo o que queria ser: advogada. Trabalhando como empregada doméstica, ela diz que já foi muito humilhada:

 

“Uma vez uma amiga de uma ex-patroa disse que quem só comia ovo frito não tinha como saber o que era comida boa. Esse tipo de situação foi me deixando tão magoada, triste e comecei a despertar. Vi que precisava mudar de vida.”

 

Para entrar na universidade, ela conseguiu um trabalho fixo como ajudante de limpeza, assim conseguiria financiamento estudantil e ficou nesta empresa até 2015, quando conseguiu estágio na área. Era seu sonho se tornando realidade.

Depois de 5 anos, Maria realizou sua festa de formatura neste mês já com a OAB! Lutadora, guerreira, ela descobriu que poderia fazer a prova mesmo antes de se formar e em fevereiro deste ano realizou os testes, passou e, com isso, conseguiu aumento na sua bolsa estágio, largando de vez a vida de doméstica para se dedicar à profissão que escolheu.

 

“Sei que o caminho vai ser longo, estou só começando, mas não vou desistir e um dia serei juíza. Só não sei de que área ainda”.

 

Sentimos um orgulho imenso ao ler histórias como esta. É uma pequena mostra de que somos capazes de sermos o que quisermos ser. Se você tem um sonho profissional, pessoal, o que quer que seja, lute, vá atrás dele que é possível, sim!

Por mais Marias, Joanas, Franciscas e tantas outras mulheres de fibra, mulheres de garra, que fazem dos seus Planos realidade.

 

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