Toda semana o Plano Feminino trará histórias de mulheres incríveis que farão parte do Social Media Week,  para compartilhar suas histórias e Planos. Esta é uma parceria do Plano Feminino com o evento que trará ao palco a equidade de gênero em relação ao número de palestrantes.

A entrevistada hoje é Fabíola Salmeron: Empreendedora, Psicóloga, Master Coach e professora universitária. A Fabíola bateu um papo com a gente e falou sobre a sua trajetória profissional, contando um pouco sobre sua palestra no Social Media Week. Ela falará sobre o poder da internet e os impactos no mundo.

“O intuito é direcionar pessoas que tenham ideais, ideias, sonhos e que não saibam muito bem como proceder no caminho profissional, empreendedor ou ainda, na própria vida.”

Plano Feminino:  Conta pra gente sobre sua trajetória pessoal e profissional até aqui.

Fabíola Salmeron: Nasci uma menina introspectiva, filha única no interior paulista, minha mãe, já aposentada, foi professora do ensino fundamental e meu pai, também aposentado, bancário. Para quem lê pode achar que as condições eram amenas, mas eu sou de 1980, economicamente éramos muito diferentes, analógicos e eu estava a quatrocentos quilômetros da capital, estudei em escola pública e tive que vencer crenças familiares, crenças locais e até mesmo as minhas próprias crenças, para acessar o mundo além e compreender que era capaz de realizar meus sonhos e merecedora de conquistas.

No Rio de Janeiro atuei em empresas no departamento de Recursos Humanos. A persistência foi me fazendo conquistar espaço, conhecer pessoas. Mas nada caiu do céu. Recebi muitos “nãos” no percurso.

Plano: Qual sua percepção sobre o mercado que atua? Como as mulheres estão inseridas nele?

Fabíola: O que percebo é que a discussão sobre o espaço feminino aumentou nos últimos cinco anos, mas ainda há um caminho longo a ser percorrido. Por onde passei, senti na pele ou presenciei situações de assédio ou violência velada. É preciso sim falar sobre a equidade, sobre o convívio com a diversidade não só de gêneros, mas como um todo. A internet e a tecnologia auxiliaram muito nessa ampliação do debate que leva à tomada de consciência e disseminação de conceitos.

Falar sobre o cotidiano da maternidade, das relações reais, sobre salários, disparidade de renda, sobre violência, sobre aparência, sobre preconceito, sobre competência, sobre respeito, sobre as emoções, sobre carreiras e ideais de vida. Se por um lado existe uma porção da sociedade que dissipa ódio, descaso e se autoafirma dessa forma, eu escolho estar do outro lado, que dissemina integração e ações do bem.

 

Plano: Conte sobre o tema que você levará para o SMWSP.
Fabíola: Há muito conhecimento na internet e muitas possibilidades, tanto on-line quanto offline, mas entendo que a maioria ainda não entendeu o poder da rede e o quanto ela realmente impactou e acelerou mudanças no mundo. Para nós que estamos nela produzindo conteúdo, fazendo negócios, conhecendo pessoas, falando de estratégia isso pode parecer banal, mas não há essa consciência para a maioria da população.

Com a experiência profissional, percebo que há uma relutância em voltar-se para si, e lidar com a autocompreensão, com os próprios desejos e a partir dali decidir sobre o caminho profissional.

O tema que levarei ao Social Media Week São Paulo parte desse ponto, desenvolvo questionamentos sobre o que cada um busca transmitir, o quanto estão sendo inovadores ou apenas repetindo padrões, incito à criatividade, exponho algumas das deficiências mais comuns que aparecem para quem atua com Recursos Humanos, e explico algumas técnicas de Coaching para que reflexões surjam e que a partir delas, cada um se apodere do seu potencial para gerar resultados positivos e uma relação mais honesta consigo mesmo.

Plano: Qual seu plano e qual a dica para as mulheres ocuparem seus espaços por direito?
Fabíola: Meu plano é incentivar a busca pelo autoconhecimento, inspirar e auxiliar pessoas a desenvolverem atitude empreendedora, seus sonhos pessoais e profissionais.

E o que posso compartilhar com as mulheres (ou com quem se identifique) é que sempre reflitam sobre quem são, como se enxergam, o que possuem de potencialidades, o que possuem de vulnerabilidades, o que desejam nos relacionamentos, o que esperam profissionalmente, qual a noção de sucesso que possuem, como cuidam da saúde, quais elos estão enfatizando, busquem o autoconhecimento e uma reavaliação constante desse eu, o que chamo de auto reconhecimento, porque quando nos reconhecemos, as chances de termos uma autoestima preservada se eleva, e à partir disso, a autenticidade consigo mesma, nas relações, nas atitudes que adota na vida, nas escolhas profissionais crescem, tornam-se mais conscientes e podem ser mais assertivas.

Quando se renega a própria essência em detrimento de valores que não são os nossos, abre-se espaço para que a sociedade viva a sua vida, julgamentos tendem a nos afetarem mais e chegará um momento que a inconsciência nos cobrará disso, geralmente de uma forma dolorosa, em que a pessoa adoece emocionalmente. Portanto, com responsabilidade, honestidade e bom senso, sermos sinceros em nossa essência é importante, acreditarmos em nós mesmos, respeitarmos o próximo, e lutarmos pela vida que desejamos.

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