Você tem a impressão que ultimamente tem se estressado com mais facilidade? Tem querido mais vezes por mês – ou dia – pedir demissão, largar seu namorado(a), mandar alguém catar coquinho? Você pode estar passando por uma fase que a psiquiatra britânica Tara Swart chama de “modo de sobrevivência”, que acontece quando as pessoas são submetidas a períodos prolongados de incertezas e têm de conviver com a sensação, por um longo período, de falta de controle sobre as situações da vida.

Em entrevista à revista EXAME (para a minha amiga e super-repórter Aline Scherer), a Tara explica o que é isso e dá algumas dicas para aliviar essa sensação e reagir a essa fase. Resumi a entrevista para este post, mas vocês podem ler ela na íntegra aqui:

  • O que é modo de sobrevivência?

Quando as pessoas são submetidas a períodos prolongados de incertezas e sensação de falta de controle, o organismo produz uma quantidade maior de cortisol, hormônio do estresse. Quando esse quadro se prolonga, o corpo entra no chamado “modo de sobrevivência” – o cérebro responde ao perigo percebido extraindo o sangue de todas as funções que não julga estritamente necessárias para a sobrevivência.

  • Quais as consequências?

Esse estado diminui a capacidade das pessoas de ter empatia, de regular as emoções, tomar decisões bem pensadas e ser criativas. “Além disso, é comum ter aquela voz negativa em sua cabeça que diz coisas como ‘eu deveria ir embora do país’, ‘minha empresa vai quebrar’, ‘não confio em minha equipe ou em meu chefe’”, diz Tara à revista. É comum também pessoas neste estado comerem e dormirem mal, o que ajuda a atrapalhar ainda mais a situação.

 

 

  • Como faço para sair dessa?

A psiquiatra é enfática: para sair dessa, só há um caminho: dar ao cérebro 1) descanso, 2) combustível, 3) hidratação, 4) oxigenação e 5) adotar um padrão de hábitos de “simplificação”. E como fazer isso? Algumas etapas:

– Ter um sono de qualidade é o primeiro passo (daqueles em que você não acorda várias vezes durante a noite).

– Comer bem e de forma saudável – o cérebro usa de um quarto a um terço da energia que a gente come. Foi comprovado, por exemplo, que juízes costumam tomar decisões mais severas em relação aos réus quanto mais distantes estavam do horário em que haviam feito uma refeição. Portanto, comer de três em três horas não é apenas papo de regime! As sugestões são: peixes gordurosos (como o salmão), ovos, abacate, nozes, sementes e bons óleos, como o de coco e o azeite de oliva.

– Beber meio litro de água para cada 15 quilos de peso corporal.

– Fazer curtos exercícios físicos, como caminhadas e subidas de escada entre reuniões já ajuda a oxigenar o cérebro. Respirar, meditar e praticar mindfulness também ajuda muito nisso.

Por fim, simplificar a rotina significa reduzir o número de escolhas que precisam ser feitas todos os dias. E como? Um exemplo é criar uma rotina fixa pela manhã. Mark Zuckerberg, fundador do Facebook, usa a mesma roupa todos os dias. “Parece algo anedótico, quase caricato, mas tem uma função: preservar seu poder de decisão para o que realmente interessa ou fará a diferença naquele momento”, diz Tara. “Aos que têm filhos e trabalham, sugiro escolher suas roupas e a dos filhos na noite anterior, no momento em que o poder de seu cérebro está baixo, de qualquer forma.”

Fica a dica…

 

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