A participação das mulheres na política ainda é muito pequena. No Brasil temos menos de 10% do parlamento representado por elas e já falamos sobre isso aqui no Plano e, a cada dia que passa, vemos a necessidade de reforçar isso a cada dia porque o machismo continua querendo nos ceifar.

Não, mores, não é mimimi. Queremos ocupar espaços, queremos ter voz, mas ainda tentam nos calar. Marielle foi calada covardemente, por lutar pelas minorias e quando mulheres são colocadas à frente de uma oportunidade política, continuam tentando não deixá-las ocupar espaços que são seus por direito.

Manuela D’Ávila deu uma entrevista para o Roda Viva, da Cultura, na última segunda-feira, dia 25. Ela é pré-candidata do PC do B para a presidência da República. A ideia era que ela falasse de suas propostas e discutisse seus ideais e convicções políticas, mas não foi o que aconteceu. Nem de longe. Por quê? Simplesmente porque Manuela foi interrompida 62 vezes durante a “entrevista”. 62. Dá pra ter noção do que é isso?

 

 

A candidata não conseguiu concluir nenhuma frase porque ela era constantemente interrompida. Não a deixaram ter voz. Não conseguimos ter a oportunidade de avaliar suas ideias e propostas políticas porque não a deixaram falar. Calaram a Manuela de uma forma totalmente desrespeitosa e isso é inadmissível.

 

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A título de comparação, o candidato Ciro Gomes, que participou de entrevista no Roda Viva no final de maio, foi interrompido 8 vezes. Manuela teve 7 vezes menos oportunidade de falar. Um dos que mais impediram a pré-candidata a falar, é o diretor da Sociedade Rural Brasileira e assessor do candidato Jair Bolsonaro, do PSL, Frederico D’Ávila. Em certo momento, Manuela se cansou de ser interrompida e pediu a palavra. “Deixei tu falar bastante, mas eu queria retomar a palavra como entrevistada, pode ser?”, mesmo sem graça, ele voltou a interrompê-la.

O que aconteceu com Marcela tem um nome: Manterrupting. A palavra é uma junção de “man” (homem) e “interrupting” (interrupção) e, em tradução livre, quer dizer “homens que interrompem”. Esse comportamento é muito comum em reuniões e palestras mistas, quando uma mulher não consegue concluir sua frase por ser constantemente interrompida pelos homens ao redor.

Um homem machista que tentou, por diversas vezes, calar uma mulher, e ainda fazer valer sua opinião a qualquer custo, dizendo que não existe cultura do estupro. Impossível ficar indiferente a este tipo de atitude. Impossível admitir que isso ainda aconteça. Queremos que toda e qualquer mulher tenham voz, que elas falem sem serem interrompidas, que elas sejam, acima de tudo, respeitadas. #DeixaElaFalar

 

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