Toda semana o Plano Feminino trará histórias de mulheres incríveis que farão parte do Social Media Week,  para compartilhar suas histórias e Planos. Esta é uma parceria do Plano Feminino com o evento que trará ao palco a equidade de gênero em relação ao número de palestrantes.

A entrevistada hoje é Daniele Rodrigues: mestre em comunicação digital, pesquisadora da USP, professora de pós-graduacão e Real Time Content da Coca-cola. Há 13 anos trabalha com comunicação, atuando como jornalista, redatora publicitária e planner para clientes como Netshoes, Chivas, Estadão, Itaú, Accor Hotels, Bombril e Turner Broadcasting (canais Cartoon, TNT, Warner, Space, CNN, Glitz*, TCM e outros) e Coca-Cola.

A Dani  bateu um papo com a gente e falou sobre a sua trajetória profissional, contando um pouco sobre sua palestra no Social Media Week. Ela falará sobre a conexão da comunicação com o consumidor.
Além disso, ela conta sobre sua percepção em relação ao mercado de trabalho e as mulheres:

“O receio de envolver mulheres em projetos de longo prazo ou que envolvam dedicação demasiada é recorrente – vai que engravida? E o tempo que precisa dedicar à vida de mãe/esposa?”

Plano: Conte sobre o tema que você levará para o SMWSP.
Dani: Tudo depende do contexto de alguma forma. Desde um despretensioso “Oi”. Se for num sábado à noite no WhatsApp, pode ter coisa aí… dica da Tia Dani ;). Com as marcas não seria diferente. A comunicação precisa estar conectada com a jornada do consumidor. Não podemos ser o tio chato da piada do pavê que fala o quê julga engraçado e pertinente, ignorando os interesses e demandas de quem o ouve. Aliás, pessoas que não apenas nos ouve. Agora, essas pessoas nos ouvem, questionam, interagem, ressignificam nossas mensagens, nos aplaudem ou nos derrubam para sempre. Na minha palestra falei um pouco sobre como olhar com empatia e real interesse nas problematizações do consumidor, afinal real time nunca foi sobre apenas “falar no momento exato”, é sobre timing + relevância + tom de voz correto + contexto.


Plano Feminino: Qual sua percepção sobre o mercado que atua? Como as mulheres estão inseridas nele?
Dani Rodrigues: Aquela regra básica: “quer ser considerada como relevante/igual, prove”. Sim, a cobrança é, via de regra, mais alta para nós. Nem sempre consciente (tanto da nossa parte como dos homens), mas muito verdade. O receio de envolver mulheres em projetos de longo prazo ou que envolvam dedicação demasiada é recorrente (vai que engravida? E o tempo que precisa dedicar à vida de mãe/esposa?). Contudo, de verdade, nunca permiti carregar esses fantasmas em minha mente. A partir do momento que estou num projeto, não me importa o sexo, o cargo, a idade ou tempo de experiência dos meus pares, estamos juntos porque cada um tem algo a acrescentar. Dou as contribuições que julgo pertinentes e só recuo quando não tenho o que agregar. Quando se “atropela” as barreiras que as pessoas tentam impor, no mínimo você deixa o outro com mais dificuldade de ignorá-la ou diminuí-la. Sou pisoteada algumas vezes? Sou, mas na maioria das vezes a coisa flui bem. Acredito que as atitudes na esfera micro/individual também contribuem para um cenário mais igual em relação às várias minorias e preconceitos.


Plano: Qual seu plano e qual a dica para as mulheres ocuparem seus espaços por direito?
Dani: Meu plano é me envolver ao máximo em projetos em que eu possa estabelecer esses fóruns de participação horizontal e fazer meu trabalho de formiguinha em sala de aula e nas minhas palestras derrubando alguns mitos. Tem muito guru, especialmente em digital, vendendo que projetos incríveis envolvem verbas astronômicas e que o sucesso é fruto de um ser genial/iluminado. Parecem estruturar suas falas com frases de efeito e imagens impactantes (com potencial de compartilhamento, claro) deixando claro que poucos podem fazer parte daquilo. Quase um: isso é foda, mas não te pertence! Há quem acredite que isso é inspirador. Na minha humilde visão de mundo, só corrobora para a baixa autoestima que muitos têm por pressões sociais, culturais e econômicas. Gosto de falar que meu plano no mundo é dar perspectivas para as pessoas, sejam para meus alunos ou para as pessoas que trabalham nos projetos comigo.

Acho complicado dar dicas para as mulheres, viu. Cada uma sabe a grandeza e fantasmas que tem dentro de si. Acredito que quando estamos envolvidas em projetos que amamos, que faz nosso olho brilhar, emergem forças inabaláveis: garra/determinação, sentimento de realização e amor-próprio. Quem ousa derrubar uma mulher com esses poderes? Eu não arriscaria 😉

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