Desenvolvido pela Dell Technologies, relatório demonstra que, apesar do destaque, a cidade aparece em 45° lugar com queda de 3 posições no ranking

 

 

A única cidade no Brasil que se destaca em relação ao investimento no empreendedorismo feminino, segundo o “We Cities” – Women Entrepreneur Cities 2019, é São Paulo. O levantamento, que é promovido pela Dell Technologies, analisa os locais mais promissores para as mulheres empreenderem no mundo.

 

Apesar desse destaque, a cidade paulistana, conhecida como coração do mundo de negócios do Brasil, aparece com queda de três posições em relação à última edição do estudo, realizado em 2017, enquanto a maioria das cidades em todo o mundo demonstraram um amplo avanço em relação aos investimentos e incentivo do empreendedorismo feminino.

 

O ranking mostra o cenário do empreendedorismo feminino no mundo e aponta fatores importantes sobre as dificuldades encontradas por mulheres para se tornarem donas de seu próprio negócio, como a falta de representatividade feminina em cargos de liderança e a falta de políticas governamentais que incentivem as mulheres a tirarem seus planos do papel como uns dos principais motivos.

 

Conversamos com Rosana Galvão – diretora de Relações Governamentais da Dell Technologies, que nos conta mais sobre o We Cities e quais os principais direcionamentos que a pesquisa traz sobre o empreendedorismo feminino no mundo.

 

Rosana Galvão – diretora de Relações Governamentais da Dell Technologies


Plano Feminino: O que é o estudo WE Cities e o que ele analisa?

Rosana Galvão: É um relatório promovido pela Dell que analisa os locais mais promissores para mulheres empreenderem no mundo, com base em políticas, programas e características regionais. Produzido em parceria com o IHS Markit e divulgado a cada dois anos, o relatório analisa as 50 cidades mais promissoras para o empreendedorismo feminino.


PF: Quais foram os principais destaques deste estudo?

RG: A área da Baía de São Francisco assumiu o 1º lugar, que era da cidade de Nova York, por seu progresso em suportar mais mulheres empreendedoras com capital e orientação. Já América Latina e Europa mostraram a maior porcentagem de avanços em suas cidades. São Paulo, a única cidade brasileira citada no índice teve destaque no aumento dos investimentos para o empreendedorismo feminino e aparece em segundo lugar na lista das dez cidades que tiveram mais melhorias no ambiente operacional. A cidade do México teve o maior progresso, ficando na classificação nº 45 em 2017 e pulando para nº 29 neste ano. Especificamente, a cidade teve um aumento na quantidade de mulheres na educação, nas principais escolas de negócios e na legislatura, como também aumentou o número de programas de contratação de fornecedores corporativos e o acesso a capital para mulheres empreendedoras por meio de campanhas de financiamento coletivo (crowdfunding).

 

PF: Quais foram as principais dificuldades apontadas pelo empreendedorismo feminino?

RG: Com relação às barreiras enfrentadas pelas cidades avaliadas, pode-se ressaltar: falta de financiamento, custo de vida alto, baixa representatividade de mulheres em cargos de liderança e falta de políticas governamentais que apoiam mulheres empreendedoras.

 

PF: Qual a importância de se investir no empreendedorismo feminino e como fazê-lo?

RG: O empreendedorismo feminino tem um papel fundamental na economia do Brasil. Hoje, quase metade (48%) dos microempreendedores individuais são do sexo feminino e 34% de todos os negócios em operação no país têm donas mulheres. Ou seja, as empreendedoras representam hoje uma área essencial para o sucesso econômico do país.

E, apesar de todas as dificuldades enfrentadas por essas empreendedoras, o cenário atual representa uma oportunidade única, já que a democratização da tecnologia, com facilidade de acesso e redução do custo, permite que pequenas empresas concorram com grandes corporações, criando modelos de negócios disruptivos e inovadores.

 

PF: Qual a comparação deste estudo 2019 em relação ao de 2017? Temos boas perspectivas?

RG: São Paulo, a única cidade brasileira citada no índice, aparece no 45ᵒ lugar, com queda de três posições em relação à última edição do estudo, de 2017. Das 50 cidades, 30 melhoraram em mais da metade de seus indicadores. Além disso, as cidades que tiveram desempenho melhor representam quase todas as regiões, o que indica o amplo alcance das melhorias em todo o mundo.

 

PF: A Dell possui iniciativas de apoio às empreendedoras?

RG: A Dell conta com diversas iniciativas internas focadas para empreendedores. A companhia busca fornecer a eles o acesso necessário à tecnologia, capacitação de vendas, capital, rede, educação e reconhecimento da marca – isso permite que os empreendedores se concentrem naquilo que fazem de melhor e aproveitem a Dell para acelerar sua estratégia de mercado. nível. Após o sucesso que a Dell for Entrepreneurs criou nos Estados Unidos, a Dell expandiu o programa para o Reino Unido em 2013 e foi lançada na Irlanda, França, Canadá e Holanda em 2014. Além disso, a Dell Technologies e a plataforma GirlCrew, recentemente, também uniram forças para estabelecer a nova série do Supper Club, em que as mulheres empreendedoras se reunirão regularmente para compartilhar ideias e estratégias para o sucesso.

 

Em 2017, a companhia criou o programa Women in Action no Brasil. Trata-se de um grupo formado por colaboradores da companhia e voltado a proporcionar o desenvolvimento profissional e condições de igualdade para todas as mulheres que trabalham na empresa. O Women in Action intensifica as ações da empresa, com a integração dos dois programas, com um foco em desenvolver a carreira das colaboradoras e ressaltar a importância da igualdade de gênero no mercado de trabalho.

 

PF: Com base nos estudos, quais as recomendações da Dell?

RG: Os resultados do Índice WE Cities de 2017 a 2019 destacam as conquistas e os desafios que cada cidade enfrenta e onde as cidades podem aprender melhores práticas umas com as outras. Se tiverem apoio dos governos locais, esses aprendizados importantes poderão levar a grandes mudanças para empresas cujas proprietárias são mulheres em todo o mundo.

Com base nas descobertas e comparações entre os índices de 2017 a 2019, a Dell desenvolveu um conjunto de recomendações de políticas para WE Cities com foco em três áreas. Algumas das principais conclusões das conversas do simpósio foram:

O acesso ao capital ainda é o principal desafio que as mulheres empreendedoras enfrentam, embora os números mostrem uma pequena melhoria.

A criação de ecossistemas sólidos com incubadores, aceleradores e mentores faz uma grande diferença para as empreendedoras, pois o que mais importa são os contatos dentro da rede.

Normas culturais e suas implicações políticas colocam sérias limitações para mulheres empreendedoras.

O talento das empreendedoras, incluindo educação e experiência, e ter acesso a uma equipe qualificada também são fatores muito importantes

 

 

Analisando o papo que tivemos com Rosana Galvão – diretora de relações governamentais da Dell – validamos a importância do papel do empreendedorismo feminino na economia do Brasil. As mulheres são 48% dos microempreendedores individuais do país e 34% de todos os negócios em operação estão sob nossa direção. Estes dados mostram que as mulheres empreendedoras são essenciais para o sucesso de nossa economia. E devemos estar atentas à democratização da tecnologia e fazer desta nossa aliada na realização de nossos negócios. Conforme Rosana explica, a tecnologia nos propicia a redução de custos na operação e alta performe competitiva, podendo concorrer com grandes players e criar negócios inovadores. Estejamos atentas e em busca de políticas e iniciativas que nos ajudem a tirar nossos planos do papel e nos tornar protagonistas neste jogo do mundo dos negócios.

 

 

 

 

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