Lugar de mulher é onde ela quiser! E na I Mostra Elas em Cena esse lugar é o palco, a sala de aula e toda a produção do projeto. Realizada pela Igarapé Cultural e Jequitibá Cultural, a iniciativa foi produzida inteiramente por mulheres e levará ao Sesc Pompeia cinco shows inéditos com algumas das cantoras e compositoras mais relevantes da atual música brasileira.

Além das apresentações, a programação conta com cinco oficinas e rodas de conversa sobre os diferentes processos de produção artística de cada participante.

Protagonizadas em sua maioria por mulheres negras, as apresentações da I Mostra Elas Em Cena são diálogos criativos entre as diversas trajetórias e referências musicais de cada uma das artistas. Trajetórias e referências com raízes no sudeste e no nordeste do Brasil e também no Continente Africano, em Moçambique e na República da Guiné.

Os shows da Mostra trazem trocas entre sonoridades e processos criativos de diferentes universos musicais e sociais. Pode se programar para embarcar nesse passeio que envolve criação e reflexão bem longe da zona de conforto musical.

De 10 a 14 de outubro, se apresentarão juntas Alessandra Leão & Lena Bahule, Mbeji & Mariama Camara, Josyara & Nina Oliveira, Laeticia & Isaar; e o trio Cátia de França & Déa Trancoso & Consuelo de Paula.

Cante e dance como uma mulher

A I Mostra Elas em Cena leva também as artistas e o público para a sala de aula em oficinas e roda de conversa. Em “cadê o cantador?”, a pernambucana Alessandra Leão conduz a busca pela singularidade da interpretação do canto, a partir da música popular do Nordeste do Brasil.

Já em “Cantos e danças da Guiné”, Mariama Camara integra os movimentos da dança étnica tradicional à linguagem contemporânea dos balés guineanos, incorporando cantos e toques de ritmos que permitem a releitura de significados ancestrais.

Déa Trancoso traz a oficina “Corpo e Voz – a Lembrança de si Mesmo”, onde o participante acessa a “lembrança de si mesmo” por meio da expressão corporal e vocal.

Em “Música vocal moçambicana”, Lenna Bahule navega – de corpo e som – na música tonal influenciada pelo gospel e também na música tribal.

Fechando com chave de ouro a programação, Cátia de França, mulher, negra e nordestina, conversa sobre sua trajetória e peleja no mundo masculino da composição musical durante o bate papo “A mulher negra na música”.

As oficinas e bate papo são gratuitos e também ocorrerão no Sesc Pompeia.

PROGRAMAÇÃO COMPLETA

Shows

10/10: Mbeji e Mariama Camara

11/10: Nina Oliveira e Josyara

12/10: Laetícia e Isaar

13/10: Cátia de França, Déa Trancoso e Consuelo de Paula

14/10: Alessandra Leão e Lenna Bahule

Local: Espaço Cênico do Sesc Pompeia

Ingressos: R$30 (inteira) ; R$15 (meia); R$9 (comerciário).

Começam a ser vendidos pelo site do SESC uma semana antes ou nas bilheterias das unidades.

Horários: quarta, quinta e sábado às 21h30. Sexta e domingo às 18h30

Oficinas:

Retirada de senha a partir de uma hora antes de cada atividade. Entrada gratuita.

Local: SESC Pompeia

10/10 Música Vocal Moçambicana com Lenna Bahule

Horário: 10h às 14h

11/10 Cantos e danças da Guiné com Mariama Camara

Horário: 11h às 13h

12/10 Corpo e Voz a Lembrança de si Mesmo com Déa Trancoso

Horário: 10h às 13h

13/10 Cadê o cantador? com Alessandra Leão

Horário: 10h às 13h

14/10 Bate papo A Mulher Negra na Música com Cátia de França

Horário: 11h às 12h30

Sobre as artistas

ALESSANDRA LEÃO & LENNA BAHULE

Alessandra Leão compositora, cantora e percussionista, nascida em Pernambuco. Foi uma das integrantes/fundadoras da banda Comadre Fulorzinha. Desde o início dos anos 2000, faz apresentações na Europa, America Latina, América do Norte. Atualmente, circula com os shows: “Língua”, com repertório baseado no seu último trabalho.

Lenna Bahule iniciou sua formação em música aos cinco anos tendo ingressado na Escola Nacional de Música (ENM) em Maputo- Moçambique onde nasceu. Desde 2012, radicada em São Paulo, fundamentou sua pesquisa sobre a música vocal e diferentes caminhos para o uso da voz e do corpo como instrumento musical e de expressão artística.

 MARIAMA CAMARA e MBEJI

O trabalho de Mariama Camara representa a difusão da diversidade cultural africana, a imersão no conhecimento da história da Diáspora da África do Oeste, realiza-se de forma pedagógica e performática com o tripé dos movimentos corporais, cantos e toques de ritmos que nos permitem a releitura de significados ancestrais que são transmitidos de geração em geração nas aldeias e nos balés de Guiné.

Mbeji, do Kimbundo, língua Bantu, traz como significado Lua, ciclo e ancestralidade feminina. Banda intercultural de mulheres pesquisadoras de música e dança de origem brasileira afroameríndia e afrolatina, que aportam nossa reconexão com a Ancestralidade através de diálogos rítmicos. Inspirado no Sagrado e Profano feminino e suas essências, o grupo apresenta músicas de culturas tradicionais encontradas nas religiões de matriz afro brasileiras, músicas de Encantarias e cantigas de ritos que em sua maioria são conduzidas por mulheres.

JOSYARA e NINA OLIVEIRA

Josyara é cantora, compositora, instrumentista e arranjadora natural de Juazeiro – BA. Iniciou sua carreira ainda muito jovem, apresentando-se em bares da noite da sua cidade natal, da capital baiana e em diversos festivais. Em 2012, gravou seu primeiro disco autoral, intitulado “Uni Versos com patrocínio da Petrobrás, com o qual ganhou o prêmio Sesc de Música – Ano II, participou do Festival Intercenas Musicais do Conexão Vivo e entrou em circulação em 04 cidades da Bahia. Este ano, lança seu 2o disco com apoio do edital Natura Musical.

Nina Oliveira é cantora, compositora e multi-instrumentista de Guarulhos, São Paulo. Sua música é popular, rica em ritmo e melodia, com a mistura elementos brasileiros e poesia que enaltece a força e o papel da mulher negra. Com primeiro trabalho para ser lançado no início de 2018, a artista já é considerada um fenômeno na internet, ultrapassando 2 milhões de visualizações do seu conteúdo online e vem se destacando com uma das vozes mais fortes da nova geração de compositores e intérpretes no cenário nacional.

LAETICIA e ISAAR

Laetícia, é uma artista autodidata, que desenvolve seu canto no palco com maestria ao misturar dança e sonoridades com um toque teatral. Lançou seu primeiro CD Avesso em 2007, indicado como melhor álbum no Prêmio da Música Brasileira. É integrante do Grupo A Barca desde 2015, com o qual realiza diversos shows e circulações pelo Brasil.

Isaar é peça importante para entender como a música pop no Recife conseguiu se apropriar da cultura popular sem perder seu lado cosmopolita. Foi integrate do grupo Cumadre Florzinha atuando ao lado de artistas como Karina Buhr e Alesandra Leão e também da Orquestra Santa Massa, comanda por DJ Dolores. A cantora se prepara para lançar seu terceiro disco solo com que falam da relação dela com a cidade.

CÁTIA DE FRANÇA e DÉA TRANCOSO e CONSUELO DE PAULA

Cátia de França é cantora, compositora, instrumentista e escritora. Gravou seu primeiro disco em 1979 com produção de Zé Ramalho, intitulado 20 palavras ao redor do sol, que se tornou um clássico da música regional brasileira. No auge da carreira, Cátia teve suas canções gravadas por Elba Ramalho e travou parcerias com nomes como Clementina de Jesus e Jackson do Pandeiro. Em 2015, contemplada pelo Natura Musical gravou seu sétimo disco Hospede da Natureza, com o qual voltou aos palcos pelos quais circula intensamente nos últimos anos.

Déa Trancoso cantora, compositora, escritora e atriz. Em 2001, fundou o selo TUM TUM TUM DISCOS, responsável por sua discografia que conta com os álbuns: O VIOLEIRO E A CANTORA, TUM TUM TUM, SERENDIPITY e FLOR DO JEQUI (com Paulo Bellinati). Seu quinto álbum: CARTAS DO SAGRADO EVANGELHO FEMININO tem lançamento previsto para 2019. Em 2008, fez sua segunda turnê: Itália, França e Portugal. Em 2009, viajou por São Luis, Curitiba, Belém, Florianópolis, Joinville e Natal, pelo CCBB com o projeto CCBB ITINERANTE cantando e ministrando sua oficina “A Lembrança de Si Mesmo”. Encerrou a turnê pelo projeto ao abrir o show de Egberto Gismonti em Natal.

Consuelo é uma das poucas artistas de sua geração que possui, de fato, uma obra auto- referente na forma e no conteúdo. Possui forte presença de palco e carisma, revelando-se primorosa intérprete de sua própria obra e de outros autores. Sua expressão artística é marcada por profunda coerência, sensibilidade e dedicação aos elementos da cultura musical brasileira, com tudo o que ela tem de particular e de universal, de modo a sempre nos colocar diante de algo novo, inusitado e surpreendente, sempre a nos mostrar onde mora o Brasil.

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