Na seção Ela tem um Plano contamos histórias de mulheres incríveis, que estão fazendo acontecer e ocupando os espaços que são seus por direito. Hoje, nossa história é sobre a Lisiane Lemos. A gaúcha foi eleita pela Forbes como uma das 30 pessoas pessoas abaixo dos 30 anos que vão mudar o Brasil. Pois é, mores, ela não tá pra brincadeira!

Ela começou sua carreira como advogada, mas focada no mundo acadêmico, se especializando em educação em direitos humanos querendo, assim, educar educadores para evitar episódios de racismo em sala de aula. Depois atuou em vendas em uma ONG que a fez enxergar um novo universo e possibilidade de vida: “Nesta organização, pude ser diretoria em Moçambique, o que me abriu novos horizontes culturalmente. Quando voltei ao Brasil, ingressei em uma multinacional de tecnologia na área de vendas, atendendo as mais diferentes indústrias, o que realizo até hoje, em diferentes cargos”, afirma Lisiane.

 

 

Paralelamente, não esqueci minha vocação de luta pela igualdade e me envolvi a inserção de minorias no mercado corporativo, inicialmente falando de profissionais negros e atualmente complementando com a inserção de mulheres e jovens em cargos de liderança.

 

Sobre a participação das mulheres no mercado de tecnologia Lisiane diz que ainda há muito o que fazer: “claro que eu vejo a evolução em um cenário que em alguns anos trás eu não poderia estar, frequentar espaços que três séculos atrás não poderia frequentar, mas quando olhamos os números, principalmente em cargos de liderança, é muito difícil não sucumbir ao pessimismo.”

Ela ainda completa que, no mercado de tecnologia, a atual referência quanto a números é a pesquisa da Revelo – Desigualdades no mundo de tecnologia. Nessa pesquisa, dados mostram como recrutadores privilegiam mais homens a mulheres, independentemente do gênero do recrutador e que este ponto não se altera mesmo que a mulher seja mais qualificada do que o homem. Ou seja, as mulheres estão no mercado de tecnologia e cada vez puxando mais as outras, mas existem muitas barreiras que temos que transpor.

 

 

Quando entramos no assunto preconceito, Lisiane afirma que já sofreu, sim: “fazendo parte de várias minorias, eu não consigo te dizer se foi por ser mulher, por ser jovem ou por ser negra. No meu caso, em alguns espaços é bem comum ouvir: você é advogada? Mas tão novinha! Já tem pós? Nossa, onde?”

Ela continua falando sobre como o mercado ainda não está preparado para as mudanças em relação a gênero e raça e como elas são importantes em todos os aspectos: “acabei de ler uma reportagem de uma das profissionais que admiro, Maria Fernanda Teixeira, na qual ela fala que os homens não estavam preparados para ela. No meu caso, eu enxergo a situação de forma semelhante. Talvez o mercado não esteja preparado para profissionais oriundos de minoria e o nosso trabalho é de educá-los para que não sejamos as primeiras e únicas.”

Se a Lisiane tem um Plano? Vários, mas ela destaca pra gente um dos que ela acredita que seja o mais importante: é a junção da união e sororidade. feminina Ela ressalta o quanto é importante nós, como mulheres, nos unirmos e ajudarmos umas às outras, a fim de que todas alcancem seus objetivos pessoais, profissionais, sejam eles quais forem:

Meu plano é simples, mas eu acredito que seja muito eficaz. Uma puxa a outra. Simples assim. Nenhum espaço é confortável quando estamos sozinhas, quando não usamos da nossa empatia.

“Precisamos conversar sobre plano de carreira, sobre salário, sobre simulação de entrevista, sobre mentoria e trazer os homens como nossos aliados (note bem que eu falei aliado, não protagonista), porque se eles ocupam a maior parte dos cargos de liderança, somente explicando nossas dores e como eles colaboram para o enraizamento do machismo poderemos mudar. Acredito também na necessidade de cotas em conselhos de empresas públicas e privadas para mulheres, com recorte racial. São nesses conselhos que os rumos são decididos e se não temos um olhar focado em mulheres, dificilmente conseguiremos acelerar a mudança.”

Lisiane é uma mulher incrível, que mostra que atitudes simples são capazes de trazer mudanças positivas para uma geração inteira e que cada um de nós, seja homem ou mulher, somos responsáveis e agentes dessa transformação. Vamos juntas construir cada vez mais espaços igualitários, onde homens e mulheres ocupem seus espaços de maneira equilibrada.

Agora, conta pra gente, conhece uma mulher inspiradora com uma história poderosa? Manda pra gente no contato@planofeminino.com.br com o assunto Ela tem um plano e conte um pouco pra gente dos planos dessa mulher que, quem sabe, logo ela aparece por aqui. 😉

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