Rímel! Passa rímel, se ele aparecer do nada e você estiver numa viagem de negócios ou passeio – e ainda não estiver psicologicamente preparada para lidar com ele. Foi o que fiz. Mas essa é uma “maquiagem” express. Uma hora você vai ter de encará-lo de frente.

É isso! Trinta e poucos anos e não importa se você usa cremes importados, toma banho de leite de cabra ou beba suco de luz todas as manhãs. É inevitável. Uma hora eles chegam discretamente e logo povoam sua cabeça.  E você precisará tomar a grande decisão: assumir ou não os fios brancos?

Na gringa a mulherada tem uma pegada de liberdade mais forte que a nossa, no que diz respeito a padrões de beleza. Por aqui, a gente, muitas vezes, se pega aprisionada à imposições da sociedade e mesmo que tenha vontade de se livrar da coloração dos fios, prefere não arriscar. Mas também depende de cada um. Pra mim, para assumir fios brancos é preciso estilo. Um sei lá o quê. Charme  extra talvez, que definitivamente não tenho. Não seguro a onda – mesmo!

Eu estou a cada dia com mais fios brancos e na última semana corri para o Detrich colorir. Estou arriscando umas luzes leves, mas assumir os brancos acho que só lá pelos 70 mesmo. Nesta nova fase de surpresas, com tantos fios brancos surgindo na minha cabeça, resolvi conversar com algumas mulheres para saber como elas estão lidando com o caso e o papo rendeu!

Simone Smiletic, Blogueira,36 anos.

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Os cabelos brancos surgiram logo após eu ter completado 30 anos e confesso que achava estranho, tanto que por um tempo eu usei tonalizante para cobri-los. Um dia eu simplesmente deixei de pintar e assumi. No começo não foi algo planejado, acho que eu nunca tinha pensado “estou assumindo os brancos”.
Mas fui recebendo elogios, mulheres que começavam a falar que gostariam de assumir os seus, amigas que falavam que combinava comigo. Alguns anos depois eu até voltei a usar o tonalizante e acabei passando 20 dias triste porque eu me olhava no espelho e não me reconhecia, eles já eram realmente “a minha cara”.
Claro, já passei por situações esquisitas, com gente me achando mais velha do que realmente sou, mas esses momentos são raros comparados com os elogios ou a admiração que acabo percebendo em volta.

Cuidados da Simone com os fios brancos:
Por enquanto só uso um shampoo para cabelos claros duas vezes por semana no verão, isso porque os cabelos brancos acabam sofrendo mais com o cloro da piscina e o sol que os castanhos, mas de resto continuo com meu shampoo para cabelos encaracolados.
Além disso, eu tenho a impressão de que simplesmente ‘deixar os cabelos brancos’ pode implicar no risco de aparentar descuido, então manter o corte bonito e usar um batom e rímel ajudam a equilibrar o visual.

Meus cabelos falam sobre mim:
E acho que, junto com minhas tatuagens ou meus vestidos anos sessenta, eles ajudam muito a mostrar quem eu sou, minha identidade. Sei que pode parecer bobeira, mas eu acredito muito naquela história de sermos a melhor versão de nós mesmos e amo quando alguém lembra de mim por alguma dessas coisas que são marcantes na minha aparência.

 

Juliana Diniz, 37 anos,  Empresária, do Bistrô de Beleza Detrich

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Os primeiros fios, ainda perdidos, surgiram aos 23. Mas ainda eram 2 ou 3 fios. Acho que dá pra considerar que a chegada dos grisalhos rolou mesmo quando estava com 29 anos. Lembro-me que, nessa época, eu trabalhava na W/Brasil e o Washington Olivetto chegou perto e me disse: “Juliana, eu te admiro. Vc está assumindo seus fios brancos”. Foi engraçado. Eu não sabia que já tinha tantos assim, a ponto de serem percebidos.

Eles são reflexo da minha experiência, do que já vivi. Lógico que eu sou do tipo que faz tudo para retardar as marcas da vida como as rugas, por exemplo. Mas quando elas chegam, junto com os fios brancos, acho que são como Coroas para batalhas vencidas. Meu cabelo já recebe muita química. Acredite, meus fios são muuuuito crespos. A princípio, deixei os fios brancos chegar para evitar acrescentar mais química aos meus cabelos (coloração ou descoloração). Depois, foi rolando uma paixão à primeira vista. Não vejo a hora de estar com uma mecha branca, estilo Mortícia. Acho ousado, fora do status quo. Tem uma beleza no fio branco.

Cuidados da Ju com os brancos:
Sim! Engana-se quem pensa que fios brancos são mais fáceis de se cuidar. As cutículas dos fios brancos são mais abertas do que as de um fio na cor natural. Por isso, são mais sujeitos ao tempo: poluição, fumaça de cigarro. Eles podem amarelar e perder o brilho. É preciso usar um shampoo adequado para manter a cor viva. Por enquanto, uso de forma bastante esporádica. Mas vejo que em breve, serei uma das maiores compradoras desse shampoo! E lógico, fio branco exige que sua vaidade não falhe nunca! Cabelo branco bem arrumado e bem cortado é moderno. Cabelo branco mal tratado e mal cortado é desleixo. Não pode, né?

BATE-PAPO COM LEITORAS:

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Elas assumiram: Maria Helena, Lu Ferreira, Lia Amancio e Grazi Widman

Elisa Polonio, Assessora de Imprensa.
Meus fios brancos são rebeldes demais. Assumo não, mas uso tonalizante avermelhado. Acho bacana os reflexos mais claros que ficam nos fios.

Giovana Duarte, 38.
Eu pensei em assumir aos meus 38 anos alguns MUITOS fios brancos no alto da cabeça. Achei que iam se confundir com meu cabelo loiro de reflexo e eu não teria que correr pra salão sempre. Quando fui chamada de “relaxada” por uma pessoa no trabalho, com a alegação de que “andar com o cabelo branco demonstra falta de zelo pela imagem profissional”

Luciana Ferreira, 57.
Assumidos! Depois de uns 30 anos de cores, mechas, luzes, mudar de cor deixou de ser divertido. Achava artificial e pesado. E estava detestando a dependência de a cada 15 dias retocar as raizes. Como eu não me vejo loura, decidi assumir os brancos. O difícil foi esperar 2 meses sem fazer retoque, disfarçando as costeletas que apareciam muito até a hora que deu prá cortar muito curto para que a tinta sumisse toda. Não me achei mais velha, e fiquei livre da tinta. Já estou grisalha há 3 anos, e nem a mínima  vontade de voltar a colorir os cabelos. Mas da tintinha da sobrancelha, não abro mão. Sobrancelha grisalha não me pertence!

Lia Amancio, Coordenadora de Comunicação, 36.
Tenho 36 anos e sou muitos mais grisalha do que muito sessentão por aí. Só que eu não sabia até uns 4 anos atrás, quando entrei numas de que queria acabar com a escravidão do retoque de raiz (eu estava ruiva na época). Nesse meio tempo, pintei de loiro, fiz mechas, matizei e só desde maio que não mexo na cor. O mito do “cabelo branco envelhece” é apenas mito. Cansaço envelhece. Mau humor envelhece. Roupa envelhece. Ninguém nunca me deu mais idade por causa dos brancos. Muitas vezes dão até menos. Só lamento por quem não tem coragem, é libertador. E fica lindo.

Priscilla de Sá, 39, Coach.
Pra assumir os brancos, é preciso manter um corte muito bem feito e uma atitude muito poderosa. Não me vejo pronta para isso. Por isso tinjo a raiz a cada 15/20 dias. Mas confesso que me imagino causando, um dia, depois dos netos, com uma rinsagem lilás de velhinha… Por enquanto quero o cabelo que eu teria se não tivesse começado a ter brancos aos 18… Só não sei o que fazer quando os outros pelos embranquecerem: arrancar ou pintar? Enquanto der, vou seguindo a primeira opção…

Graziella Widman, 39, Fotógrafa.
Apesar dos quase 40 anos eu não tenho taaantos fios brancos assim, mas já tenho vários. Mas pretendo assumir sim. Tanto minha mãe quanto minha tia assumiram e eu acho que com um bom corte o grisalho fica muito chic. E eu acho que aparecer as raízes (ou ser escrava de tinturas) não é legal….

Maria Helena Quartim Araújo
Eu comecei a ter há alguns anos e estou ganhando uma mecha, bem na frente. Morticia Adams, mas não pretendo pintar!

Claudia Baioco
Eu NUNCA assumiria. Tinjo a raiz de 15 em 15 dias, porque meu cabelo cresce rápido demais. Ao primeiro sinal de um tico de raiz, já fico neurótica, mesmo porque meu cabelo é escuro e fica aquele troço gritando, parecendo código de barras de produto de supermercado. Se me perguntassem que produto de beleza eu levaria para uma ilha deserta, certamente seria um tubo de tinta!

O QUE EU ACHO DISSO TUDO?

viviane-duarte

Depois de tantas opiniões  me sinto confortável para dizer que o mais importante é a gente se sentir bem e segura com nossa imagem.  Pintar os cabelos ou não é só um detalhe e cada uma de nós sabe o que nos faz mais felizes,certo?  Eu sigo pintando, testando efeitos e cores. Minha pele é morena, então opto por tons mais castanhos e acobreados. E assim seguimos, maravilhosas, aprendendo a lidar com as novidades que a vida e o tempo nos trazem.  um brinde a nós, grizalhas ou tingidas.

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