No Brasil, as mulheres são minoria na área de tecnologia. Segundo Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio, só 20% dos profissionais que atuam no mercado de tecnologia da informação são mulheres.

As mulheres que estão começando sua carreira profissional enfrentam principalmente falta de incentivo para ingressar na área de tecnologia e muitas vezes essa falta de incentivo vem da própria família. Segundo Ângela Reis, que atua em tecnologia da informação e é professora, criou o projeto Meninas da TI, que tem o objetivo de encorajar meninas a conhecerem a área de tecnologia para ter mais referências na hora de escolher a carreira.

“O que identificamos no projeto é que o grande empecilho para a entrada das mulheres na TI é a concepção cultural dentro da própria família. Não é somente na sala de aula das universidades, nem no local de trabalho, embora soframos preconceitos como toda minoria, porque não temos voz, mas, até chegar lá e assumir uma posição no mercado de trabalho, a família é o principal fator modificador”, afirma Ângela.

Depois de enfrentar barreiras culturais que tentam dizer que existem profissões para homens e para mulheres, a mulherada ainda enfrenta diferenças de tratamento no trabalho. Ângela Santana, profissional de TI, disse que na empresa em que passou três anos trabalhando, recebia menos do que seus colegas homens. “Eu exercia a mesma função e meu salário era menor do que o deles. Os melhores projetos eram dados aos meus colegas. Isso foi o que me motivou a sair da empresa e pode acabar levando outras mulheres a desistir da profissão”, ela completa

Hoje  Ângela está em outra empresa, mas conta que também passou por processos seletivos em que foi questionada se tinha interesse em ter filhos, que a gente sabe que é um tipo de discriminação, mas muitas empresas usam este como um dos motivos para não contratar uma mulher. Como professora, já recebeu pedidos de indicação de alunos homens para oportunidades de trabalho.

 

A área de TI tem algumas particularidades que podem atrair mais mulheres, como a possibilidade de trabalhar de casa e por produção, algo que pode ser interessante para as mulheres que pensam em ser mães e querem mais flexibilidade de horário, conta a professora Ângela Reis.

“Para todas as áreas, estar motivado e acreditar em seu potencial é extremamente necessário. A maioria das mulheres são induzidas a não acreditar que têm talento para determinada área, como a área de exatas. Mas as que mesmo assim escolhem essas carreiras têm personalidades mais fortes em sustentar os seus valores. Por isso temos tantas meninas assumindo a posição de trabalhar nessas áreas”, ela ainda completa.

 

 

É importante que a família incentive as meninas a conhecerem áreas que normalmente não são apresentadas a elas, como tecnologia, engenharia, entre outras. Só mudando essa mentalidade desde crianças, conseguiremos cada vez mais criar adultos que não façam distinção de gênero e respeitem as pessoas como seres humanos e profissionais, independentemente de sexo.

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