No último dia 31, foi lançada a DeFEMde, uma Rede Feminista de Juristas.

São diversas mulheres de alguma área do Direito unidas para combater a desigualdade e a violência de gênero e colaborar para a emancipação feminina por meio do atendimento jurídico a vítimas.

“A Rede atua no atendimento gratuito de vítimas de violência, principalmente, nas universidades. Nós não pegamos os casos, mas fazemos a orientação jurídica inicial de forma gratuita. Além disso, temos a isenção de ocupar a esfera pública com teses jurídicas feministas, para construir pareceres que valorizam o depoimento da vítima nos casos de violência contra a mulher”, diz Marina Ganzarolli, advogada e cofundadora do projeto, em entrevista à Rádio Brasil Atual.

“Nós decidimos criar uma rede que defende que o Direito adote uma perspectiva alternativa à dogmática tradicional e seja utilizado como ferramenta de emancipação e não de subjugação das mulheres”, expõe Isabela Guimarães Del Monde ao site Viomundo. “Queremos mais mulheres feministas em carreiras públicas, escritórios de advocacia, cargos políticos e na academia, com base na percepção de que a desigualdade de poder entre homens e mulheres tem origem estrutural.”

As mulheres do grupo, também se uniram por acreditar que as instituições jurídicas e legislativas ainda atuam de forma patriarcal e machista, acreditam que não há neutralidade dos operadores do Direito. “A sociedade tem um problema estrutural que é o machismo e o patriarcado. Essas opressões se reproduzem na delegacia, no Ministério Público, no Judiciário, no Legislativo. Então, obviamente os operadores também reproduzem essa cultura machista e patriarcal. Portanto, nosso objetivo é disputar e ocupar esses espaços”, explica Ganzarolli.

“Queremos, juntas, criar estratégias e teses jurídico-feministas para a defesa e garantia dos direitos das mulheres em todos os campos do direito”, prossegue Del Monde. “Argumentamos, por exemplo, pela maior relevância do depoimento da vítima em casos de violência no ambiente de trabalho e doméstico.”

“A violência contra a mulher é a expressão máxima de uma desigualdade de poder que existe em todas as esferas. Então, nós buscamos aumentar o empoderamento das mulheres no Brasil, tanto na parte de direitos, quanto na área do conhecimento”, finaliza Ganzarolli.

Abaixo, a íntegra do Manifesto delas publicado no dia do lançamento:

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