A filósofa e ativista dos direitos negros, Angela Davis, esteve em Salvador na última semana para uma palestra na Universidade Federal da Bahia. Angela, que ficou conhecida na década de 70 por seu envolvimento com o movimento Panteras Negras, que lutava pelo direitos dos negros e hoje é professora emérita do departamento de estudos feministas da Universidade da Califórnia.

Angela discursou durante uma hora e fez críticas à prisão como sistema de punição para combater a violência de gênero.

“Quão transformador é enviar alguém que cometeu violência contra uma mulher para uma instituição que produz e reproduz a violência? As pessoas saem ainda mais violentas da prisão. Adotar o encarceramento para solucionar problemas como a violência doméstica reproduz a violência que tentamos erradicar”

Angela também falou sobre a trajetória das mulheres negras brasileiras e reforçou a importância delas na construção de novas lideranças. “As mulheres dos EUA têm muito a aprender com a longa história de luta do feminismo negro no Brasil. Mãe Stela de Oxossi me falou sobre a importância das mulheres negras na preservação das tradições do candomblé. Vi a importância de Dona Dalva para manter a tradição do samba de roda no Recôncavo Baiano”.

A filósofa também fez elogios ao movimento das trabalhadoras domésticas no Brasil e as conquistas recentes relacionados aos direitos trabalhistas destas mulheres e que também considera o movimento das mulheres negras o mais importante pela busca da liberdade, que a gente sabe ser bem difícil por tanto preconceito ainda enrustido na sociedade, mas que, pouco a pouco estamos tentando mudar esta realidade.

 

 

Antes desta visita a Salvador, a Angela já tinha deixado em um encontro sobre o feminismo negro, uma frase poderosa, que serve de inspiração para as nossas lutas diárias:

“Quando a mulher negra se movimenta, toda a estrutura da sociedade se movimenta com ela, porque tudo é desestabilizado a partir da base da pirâmide social onde se encontram as mulheres negras, muda-se a base do capitalismo”.

Por isso o movimento feminista é tão importante. Para além de lutarmos por direitos iguais entre homens e mulheres, também seja possível acabar com o preconceito racial, social e de gênero. Já tivemos algumas conquistas ao longo dos anos, mas ainda temos um caminho longo pra percorrer. Continuemos juntas!

 

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