Política é um assunto que está em pauta todos os dias, especialmente agora com a morte de Marielle, que causou uma tristeza enorme em nós, do Plano, e de muitas outras pessoas que conheciam e acreditavam no trabalho incrível que ela realizava em prol da população, da minoria, dos negros, das mulheres. Pessoas essas que normalmente são esquecidas, mas não foram por ela.

Marielle faz parte da minoria não representada na política, no mercado de trabalho, em cargos de liderança. Ela era a única mulher negra entre os 51 vereadores do Rio de Janeiro. Isso porque na cidade 48% da população é negra e 53% são mulheres.

A gente precisa de mais mulheres na política pra lutar também pelos nossos direitos, para nos representar, para serem a nossa voz também, porque ela ainda é pouco ecoada. Na Câmara dos Deputados, que conta com mais de 500 deputados, apenas 3 são mulheres negras. Em um país onde 54% da população é negra, parece que realmente a conta não fecha.

Em 2017, uma pesquisa realizada com base no banco de dados primários do Banco Mundial (Bird) e do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), apontava que o Brasil estava em 115º lugar no ranking de presença feminina no parlamento, de um total de 138 países analisados.

 

 

Os países que têm o maior percentual de mulheres no Parlamento são Ruanda (63,8%), Bolívia (53,1%), Cuba (48,9%), Islândia (47,6), Suécia (43,6%), Senegal (42,7%), México (42,4%), África do Sul (41,8%), Equador (41,6%) e Finlândia (41,5%). No Parlamento brasileiro, há somente 10% de mulheres. Os Estados Unidos detêm a 74ª colocação, com 19,4% de mulheres no Parlamento.

Olha, estamos com resultados bem ruins, mas já foi bem pior, viu? A participação de mulheres na política brasileira cresceu 87% entre janeiro de 1990 e dezembro de 2016, passando de 5,3% para 9,9%, superando em 6% a média de crescimento mundial no período. A média mundial subiu de 12,7%, em 1990, para 23%, em 2016. A organização não governamental PMI (Projeto Mulheres Inspiradoras), ainda ressalta que o Brasil só deve alcançar a igualdade de gênero no Parlamento Federal em 2080. A nossa geração não vai ver isso acontecer e isso é muito triste!

 

Lugar de mulher é onde ela quiser!

 

O Brasil enfrenta 30 anos de atraso porque até hoje não atingiu a média mundial de 1990 (12,7%) de representantes femininas no Parlamento. Olha, pra ter uma ideia do quanto o resultado é negativo, pra comparar, o Brasil se aproxima dos países do Oriente Médio e do norte da África (8,9%) e dos países árabes (9,5%).

Ainda de acordo com o estudo, 121 dos 138 países têm alguma cláusula de gênero em sua Constituição ou algum tipo de cota para mulheres. O Brasil está entre eles mas, mesmo assim, fica atrás de nações em que o papel político feminino é bem reduzido, como o Afeganistão, que tem 28% de mulheres no Parlamento, contra 10% no Brasil. Os números são de uma diferença absurda, né, mores?

Por isso a nossa luta continua! Nós queremos e podemos ocupar espaços na política, temos mulheres incríveis com excelentes competências pra fazer um excelente trabalho na política e ocupar as cadeiras que também podem ser nossas, não apenas dos homens.

Queremos nos sentir representadas. Queremos alguém que entenda e lute por nós, pelos nossos direitos. A Marielle fazia isso muito bem e infelizmente ela entrou pra estatística de mulheres que sofrem com a violência. Vamos à luta, vamos ocupar espaços no governo, na política. Vamos ocupar espaços que são nossos por direito. Vamos ser agentes de transformação da nossa realidade de pobreza, corrupção e violência. Juntas somos mais fortes!

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