Vanessa Oliveira é uma menina mulher de 40 anos, como ela mesma gosta de dizer, com um sorriso no rosto. Nasceu em São Paulo, mas foi criada na Praia Grande, no litoral. Veio de uma família simples, humilde, que passou por algumas dificuldades na vida.

Aos 18 anos , Vanessa ficou grávida e bateu  desespero. “De repente, percebi que eu seria mãe. Tive uma gravidez difícil. Minha filha, Ana Luiza, nasceu com uma síndrome rara, chamada Síndrome de Moebius, que atinge os nervos cranianos e pode causar certa paralisia facial. “Fiquei sozinha até descobrir a síndrome da minha filha, então pedi ajuda para o pai da Ana Luiza, porque a síndrome ainda não era muito conhecida no Brasil e, sozinha, eu não sabia o que fazer”.

De qualquer forma, Vanessa ficou sozinha para cuidar da sua filha. As duas então começaram a descobrir as coisas juntas. “Essa síndrome paralisa os nervos, então minha filha não tem expressão facial, não sorri, não fecha a boca, mas é a pessoa mais feliz que já conheci na minha vida.” 

Para ajudar nos cuidados com a filha e também ter tempo e autonomia, decidiu atuar na área de beleza e se tornou cabeleireira. “Comecei trabalhando como vendedora em uma empresa de cosméticos e descobri o que era a área da beleza, o que era o algo a mais do cabeleireiro. Trabalhando com isso, eu conseguiria levar às pessoas o sorriso que eu gostaria de ver na minha filha. Um sorriso que vinha da alma.”

Além de ter a oportunidade de tocar seu negócio e ajudar a filha, Vanessa disse que a ideia de empreender surgiu da vontade de buscar novas oportunidades de crescimento. Quando saiu da Praia Grande e veio para São Paulo, ela disse que encontrou algumas dificuldades, porque sabia que precisava se destacar, afinal, ela tinha uma grande concorrência com ótimos profissionais no mercado.

“Foi aí que decidi pensar em algo novo e além de atuar como cabeleireira e maquiadora, vi que poderia ensinar aquilo que eu sabia, então parti para a área educacional da beleza. Minha metodologia vai além da técnica. Eu criei um formato diferente que visa o profissional se conhecer, antes de tudo. A ideia é que as pessoas aprendam a tirar o melhor de si, para também oferecer o melhor para o seu cliente. Não tem sorriso melhor que este, que vem da alma. Hoje trabalho tanto com o profissional de beleza, oferecendo cursos, como também trabalho ainda no salão e sou muito feliz”.

Hoje ela atua no MG Hair, em São Paulo e, sobre o mercado, Vanessa diz que é uma área que não para de crescer, mesmo em meio a crise. Além disso, como profissionais, cabeleireiras e maquiadoras, sempre teve mais mulheres que homens trabalhando nessa área, mas que isso não significa que seja fácil. “Nós temos que ter mais força e aparecer um pouco mais, porque continua sendo complicado para as mulheres, é um mercado difícil para a mulher.

 

Na linha de frente de grandes empresas de cosméticos, a maioria é composta por uma liderança masculina, isto em um mercado feito para mulheres, em grande parte. Aí eu me pergunto: por que as mulheres não chegam lá? Capacidade para isso temos!”

 

Para ela, a autoestima é essencial para que a mulher se sinta empoderada porque uma mulher que se sente bem consigo mesma, é capaz de realizar grandes coisas. “Eu mesma tenho uma autoestima superelevada. Aprendi a lidar com isso com a minha filha. A Ana Luiza tem 21 anos e tem uma autoestima que encanta, porque o fato de ela ser uma mulher e ter um problema que está na face, traz muito julgamento por parte das pessoas. Mas ela é radiante, tão feliz, tão bem resolvida, que ninguém percebe o que ela tem. Com isso, aprendi que a gente não precisa se preocupar com o que os outros vão dizer, a gente apenas tem que ser feliz. Acho que isso dá uma força muito maior e nos faz reconhecer o que é a verdadeira felicidade”.

Vanessa acredita que as mulheres negras já estão se movimento e fazendo acontecer. Para ela, as oportunidades são cada dia maiores para as mulheres negras. “Isso porque estamos lutando e conquistando esse espaço. Acredito que ele sempre existiu, mas por conta da questão da autoestima e preconceito, às vezes a gente acaba se escondendo. As mulheres precisam se posicionar, mostrar o que querem e podem fazer, botar a cara no sol, bater no peito mesmo e dizer: ‘eu consigo. Eu vou fazer’. E com isso, todas ganhamos espaço e damos forças para que outras tomem a mesma atitude”.

 

 

Se tem uma coisa que a Vanessa tem certeza, é dos planos que ainda quer realizar. “Meu plano como mulher é casar com direito a festão e tudo. Quero poder viver o que não vivi. Hoje, como profissional me sinto realizada, tudo o que eu quis, eu conquistei. Agora quero desfrutar e me cercar de boas pessoas para que eu possa só crescer. Quero expandir meu negócio educacional para fora do Brasil e ser espelho para outras profissionais mulheres que acham que não vão ser vistas por qualquer motivo. Quero dar força para que elas apareçam, porque todo mundo tem um belo trabalho que merece ser mostrado”.

E para as mulheres que estão em busca de realização pessoal ou profissional, para aquelas que desejam ocupar espaços, ela diz que o importante é fazer aquilo que tem vontade e ocupar os espaços que deseja. “Minha dica é simplesmente ocupar e pronto. Não tem que olhar pro lado, ou perguntar pra ninguém. Temos o direito de ocupar qualquer lugar que a gente queira. Temos força, sabemos o que queremos e precisamos apenas dar o primeiro passo.

Muitas mulheres enfrentam grandes dificuldades para chegar aonde querem, para transformar suas vidas, de sua família e ter sucesso profissional. Mas, o mais importante é acreditar em si mesma, buscar conhecimento e ir atrás do que quer. Só assim é possível realizar grandes planos e promover uma transformação real em sua vida e na de todos ao redor.

Já mandou a história de uma mulher poderosa que você conhece e está fazendo acontecer por aí? Então, manda pra gente no elatemumplano@planofeminino.com.br que queremos compartilhar muitas outras vitórias femininas por aqui.

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